Ubisoft exige destruição de jogos descontinuados e revolta comunidade gamer


Ubisoft muda termos e exige destruição de jogos: entenda o caso

A Ubisoft voltou a ser o centro de controvérsias no mundo dos games após atualizar silenciosamente os termos do seu Contrato de Licença de Usuário Final (EULA). A nova cláusula exige que os jogadores desinstalem e destruam todas as cópias dos jogos caso o contrato seja encerrado — independentemente do motivo.

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Sim, isso mesmo: mesmo que você tenha comprado uma versão física do jogo, a empresa agora exige que você literalmente a destrua caso o suporte seja descontinuado ou o contrato com o jogador chegue ao fim.

Esse tipo de abordagem está gerando uma onda de indignação por parte da comunidade gamer, que acusa a Ubisoft de abuso, desrespeito ao consumidor e tentativas de controle absoluto sobre produtos que, teoricamente, já foram vendidos.


Mudança já está em vigor e preocupa consumidores

A nova política já entrou em vigor e deixa claro que a Ubisoft ou seus licenciadores podem encerrar o contrato a qualquer momento. Caso isso ocorra, o jogador é legalmente obrigado, segundo o EULA, a apagar todos os arquivos do jogo de seus dispositivos e destruir qualquer cópia física que possua.

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Mais alarmante ainda é o fato de que a Ubisoft se isenta da obrigação de avisar previamente sobre quaisquer alterações no contrato. Ou seja, cabe exclusivamente ao consumidor verificar constantemente se houve mudanças no EULA — um documento jurídico complexo e raramente lido na íntegra.


Por que a Ubisoft está fazendo isso?

Segundo declarações da própria empresa, o objetivo da cláusula seria evitar problemas legais ao encerrar o suporte a jogos mais antigos. Ao obrigar o consumidor a apagar e destruir o jogo, a Ubisoft se protege juridicamente de eventuais reclamações futuras.

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No entanto, essa justificativa não convenceu os jogadores, que enxergam a medida como uma forma agressiva e autoritária de reforçar o controle digital. Em tempos onde a desconfiança com grandes empresas de games só aumenta, essa postura é vista como mais um passo rumo ao distanciamento total entre estúdios e suas comunidades.


O impacto nas cópias físicas: o fim da propriedade?

Um dos pontos que mais causou revolta é a exigência de que o consumidor destrua cópias físicas dos jogos. Em pleno 2025, onde mídias digitais já são amplamente dominantes, a cláusula soa anacrônica e absurda.

Afinal, exigir que alguém que comprou legalmente uma mídia física jogue fora o produto que pagou — e que tecnicamente “possui” — parece violar princípios básicos de propriedade do consumidor. Isso reacende um debate importante: você realmente é dono de um jogo que compra hoje em dia?


Assassin’s Creed Shadows e o desgaste da Ubisoft

A mudança no EULA chega em um momento delicado para a Ubisoft. O recente lançamento de Assassin’s Creed Shadows teve um desempenho abaixo do esperado, tanto em vendas quanto em recepção crítica.

Somado a isso, a empresa vem sendo duramente criticada por suas parcerias com gigantes como a Tencent e por decisões criativas e comerciais que parecem cada vez mais desconectadas da comunidade gamer.

Para muitos analistas e fãs, essa nova cláusula no EULA é o reflexo de uma Ubisoft em crise, tentando manter o controle total sobre sua propriedade intelectual mesmo após a venda, e sem demonstrar qualquer consideração pela experiência ou pelos direitos de seus consumidores.


A reação dos jogadores e da mídia especializada

A comunidade gamer reagiu imediatamente, com críticas pesadas nas redes sociais, fóruns especializados e plataformas como Reddit e Twitter/X. Frases como “Isso é o fim da propriedade digital”, “Vergonhoso”, e “Ubisoft cavando a própria cova” se tornaram comuns nos últimos dias.

Sites especializados e canais do YouTube também denunciaram a mudança, alertando os consumidores para os riscos de aceitar EULAs sem leitura ou de investir em produtos que podem ser “auto-destruídos” legalmente a qualquer momento.

Essa reação pública intensa levanta a dúvida: será que a Ubisoft vai voltar atrás? Ou essa é mais uma amostra de que grandes publishers estão dispostas a testar os limites da paciência e dos direitos de seus consumidores?


A cláusula abre precedente para outras empresas?

A grande preocupação agora é que esse tipo de política abra precedentes perigosos no mercado. Se a Ubisoft conseguir implementar essa cláusula sem grandes repercussões legais, nada impede que outras empresas sigam o mesmo caminho.

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Imagine um futuro onde cada jogo digital, por mais caro que seja, possa ser removido do seu acesso a qualquer momento, e onde você seja obrigado a destruir algo que comprou por contrato. Isso colocaria o consumidor em uma posição de vulnerabilidade sem precedentes no mundo dos games.


O que os consumidores podem fazer?

Neste momento, os jogadores têm algumas opções:

  • Ler os EULAs com atenção, por mais maçante que seja;
  • Exigir mais transparência das empresas por meio de pressão social, como reviews negativos, cancelamento de pré-vendas e boicotes;
  • Apoiar iniciativas de preservação de mídia física e de acesso offline, especialmente em plataformas que ainda permitem esse tipo de consumo;
  • Buscar alternativas no mercado indie, onde os desenvolvedores costumam ser mais abertos e transparentes com seus fãs.
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Conclusão: Ubisoft em rota de colisão com seus fãs

A exigência de destruição das cópias dos jogos descontinuados é um símbolo da crise de identidade da Ubisoft. Uma empresa que já foi admirada por seus mundos abertos, inovações e sagas épicas agora é criticada por decisões cada vez mais controversas, como o Assassin’s Creed com protagonistas caricatos, decisões comerciais duvidosas e agora, contratos que revogam o direito de posse dos próprios jogadores.

A Ubisoft está claramente tentando se proteger juridicamente, mas a que custo? Se continuar nessa direção, corre o risco de perder o pouco da boa vontade que ainda resta junto à comunidade.

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Resta saber se a pressão dos fãs será suficiente para reverter essa cláusula ou se essa será apenas a primeira de muitas medidas autoritárias que veremos surgir na indústria dos games nos próximos anos.

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