Lançado em junho de 2025, The Alters já desponta como um dos jogos de sobrevivência mais promissores do ano. Desenvolvido pela 11 bit Studios — estúdio renomado por títulos como This War of Mine e Frostpunk —, o game impressiona pela ambientação sombria, design de mundos interconectados e narrativa que mistura ficção científica com drama humano.
Contudo, a empolgação deu lugar a uma séria controvérsia quando jogadores identificaram, em poucos dias, o uso de inteligência artificial em diversos elementos do jogo, sem que isso fosse declarado na página da Steam. Neste artigo, vamos analisar o que está em jogo, quais são as regras da plataforma e por que a transparência pode ser tão essencial quanto a própria qualidade técnica de um lançamento.
Como a IA Surgiu em The Alters
Logo após o lançamento, membros da comunidade no Bluesky começaram a compartilhar capturas de tela de diálogos e textos de interface que, à primeira vista, pareciam frases genéricas — mas que continham trechos característicos de respostas de modelos de linguagem. Em uma das imagens mais comentadas, lê‑se:
“Claro, aqui está uma versão revisada do texto com foco puramente em dados científicos e astronômicos:…”
Esse tipo de mensagem é praticamente um “easter egg” não intencional que denuncia o uso de ferramentas de IA sem revisão editorial. Além disso, foram encontradas legendas em português do Brasil iniciadas por “Claro! O texto traduzido em português do Brasil é…”, exatamente o mesmo padrão usado por tradutores automáticos. Embora esses elementos apareçam como simples textos decorativos de fundo, a falta de refinamento e de cortes no diálogo denota que não houve uma supervisão humana cuidadosa.
Regras da Steam e a Obrigatoriedade de Declaração
Desde janeiro de 2024, a Valve exige que todo desenvolvedor informe, na página de seu jogo na Steam, o uso de IA em qualquer aspecto do produto — seja na arte, no código, no som ou na tradução. Essa medida visa garantir que os jogadores saibam exatamente o que estão adquirindo, evitando surpresas em relação à qualidade e à procedência dos ativos utilizados.

No caso de The Alters, a ausência dessa informação gerou questionamentos sobre a boa-fé da 11 bit Studios e levou a denúncias formais de falta de transparência. Tradutores profissionais envolvidos em versões não‑inglês, como o coreano Handong Ryu, chegaram a confirmar erros de coerência típicos de traduções automáticas, reforçando a impressão de que o trabalho de localização foi terceirizado a uma ferramenta sem a devida checagem.
Impactos na Experiência do Jogador
Embora muitos dos textos gerados por IA apareçam em segundo plano — como descrições em painéis de laboratório, arquivos de computador ou legendas de cenários —, a repetição de frases‑padrão e a falta de fluidez narrativa podem quebrar a imersão. Para jogadores que valorizam a qualidade da legenda, da tradução ou mesmo da interface, a sensação é de estar diante de um produto incompleto ou apressado. Além disso, casos recentes como a remoção de retratos gerados por IA em Jurassic World Evolution 3 indicam que a comunidade já está atenta e disposta a cobrar ajustes — mesmo quando o uso de IA é puramente estético.

Quando o Uso de IA É Aceitável?
A adoção de inteligência artificial em games não é, por si só, algo condenável. Estúdios de grande porte têm experimentado IA para acelerar tarefas repetitivas, criar protótipos de diálogos ou gerar variações de texturas. O problema se torna crítico quando:
- Não há supervisão humana adequada para filtrar e aprimorar o resultado.
- Não há transparência sobre o que foi automatizado, contrariando as políticas da plataforma.
- O produto final sofre em termos de qualidade, coerência ou experiência do jogador.

Em situações bem‑geridas, a IA funciona como uma aliada que libera mais tempo para os criadores focarem em aspectos criativos de alto valor agregado. Mas, no caso de The Alters, a percepção é de que a automatização entrou em conflito com o compromisso de oferecer conteúdos polidos e coesos.
O Legado de The Alters e os Próximos Passos
Apesar de toda a polêmica, The Alters continua sendo um dos lançamentos mais comentados de 2025, graças à sua mecânica inovadora de mundos paralelos e ao visual impactante proporcionado pelo Unreal Engine 5. Para reparar o desgaste de imagem, a 11 bit Studios precisaria:

- Emitir um comunicado oficial, explicando o uso de IA e as razões por trás da decisão.
- Atualizar a página da Steam, declarando o uso de IA conforme exigido pelas diretrizes.
- Lançar patches de correção, revisando e substituindo os textos gerados automaticamente por versões revisadas por humanos.
Enquanto isso não acontece, fica o alerta para outros desenvolvedores: a confiança do público é tão importante quanto a inovação técnica. Sem ela, até o título mais promissor pode ter seu legado manchado.
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Você, que está sempre de olho em lançamentos como Elden Ring: Nightreign, Phantom Blade Zero e produções em Unreal Engine 5, o que acha dessa polêmica envolvendo IA em The Alters? Deixe sua opinião nos comentários e compartilhe este artigo. Para não perder nenhuma novidade do universo gamer, continue acompanhando o Dropraro — seu hub de notícias, análises e guias especializados!
fonte IGN Brasil