Os fundadores do estúdio Unknown Worlds estão processando a Krafton após o adiamento de Subnautica 2. Eles alegam que o jogo estava pronto para o Acesso Antecipado, enquanto a editora coreana discordou e segurou o lançamento, gerando tensão interna, perda de bônus milionário e revolta dos fãs.
A sequência de Subnautica, aguardada com grande expectativa por fãs e críticos, agora se vê envolta em uma tempestade judicial e corporativa. O que começou como um projeto ambicioso evoluiu para um conflito entre os fundadores da Unknown Worlds e a editora sul-coreana Krafton, responsável por jogos como PUBG. O motivo? Divergências sobre o lançamento de Subnautica 2 e um bônus de US$ 250 milhões que pode nunca chegar aos desenvolvedores.

O ex-líder do estúdio, Ted Gill, e os co-fundadores Charlie Cleveland e Max McGuire, afirmam que o jogo estava pronto para o Acesso Antecipado ainda este ano. Contudo, a Krafton interveio, alegando que o título precisava de mais conteúdo e polimento, e adiou o lançamento para 2026. O problema é que esse adiamento pode anular um bônus milionário originalmente destinado à equipe — e isso virou o estopim da disputa.
De acordo com uma reportagem da Bloomberg, os US$ 250 milhões em bônus estavam atrelados ao desempenho e ao cronograma do jogo. Cleveland alega que o valor seria distribuído entre toda a equipe da Unknown Worlds, mas a Krafton afirma que 90% do montante iria apenas para os três ex-líderes, levantando suspeitas de favorecimento interno. A situação se agravou com acusações de que os fundadores estariam envolvidos em “outras atividades”, como um projeto de filme, durante o desenvolvimento do game.

A resposta de Cleveland foi direta: ele entrou com um processo por quebra de contrato contra a Krafton, declarando que Subnautica representa o trabalho de sua vida e que jamais abandonaria voluntariamente o projeto ou a equipe envolvida. Em suas palavras, “Processar uma empresa multibilionária de maneira dolorosa, pública e possivelmente prolongada certamente não estava na minha lista de desejos. Mas isso precisa ser corrigido.”
O impacto da disputa já reverbera entre os fãs. Nas redes sociais, há mobilizações pedindo boicote ao jogo e até sugestões de pirataria como forma de protesto. A imagem da Krafton está em queda, com parte da comunidade acusando a empresa de corporativismo e interferência criativa. Em resposta, a editora divulgou um comunicado prometendo “compensar de forma justa os desenvolvedores restantes”, mas sem apresentar detalhes concretos.

O caso lança um alerta sobre os riscos de aquisição de estúdios independentes por grandes corporações, especialmente quando a autonomia criativa entra em conflito com metas financeiras. Subnautica 2, que deveria ser uma celebração da inovação indie, agora é símbolo de uma disputa amarga com impacto direto no futuro da franquia.
O que esperar daqui pra frente
Com a disputa nos tribunais e o lançamento adiado, o futuro de Subnautica 2 permanece incerto. Tudo indica que o processo judicial pode se arrastar, enquanto os fãs aguardam atualizações. Caso a Krafton ceda à pressão pública, é possível que o jogo receba um novo cronograma de lançamento mais transparente. Por outro lado, o atrito interno pode comprometer o espírito criativo da equipe, o que levanta dúvidas sobre a qualidade do produto final. Uma coisa é certa: o oceano de Subnautica está longe de estar calmo.
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fonte gamereactor