Mulheres no comando: sequências de jogos com protagonistas femininas em alta


As protagonistas femininas estão em ascensão nos games modernos, substituindo antigos heróis e renovando franquias consagradas. De Ghost of Yotei a Hades 2, as desenvolvedoras estão mostrando que as mulheres vieram para liderar — e transformar — o cenário dos jogos.


Uma nova era de protagonistas femininas nos games

Nos últimos anos, a indústria dos games tem mostrado uma tendência cada vez mais evidente: as mulheres estão assumindo o protagonismo. Em um cenário antes dominado por heróis masculinos, vemos agora heroínas complexas, fortes e emocionalmente profundas conduzindo as histórias. Jogos como Ghost of Yotei, Hollow Knight: Silksong e Hades 2 não apenas apresentam protagonistas femininas, mas também reimaginam universos inteiros sob novas perspectivas.

A representatividade feminina deixou de ser apenas um gesto simbólico e se transformou em uma força narrativa. Essas personagens não são definidas apenas por gênero, mas por suas motivações, traumas e jornadas. Essa evolução mostra que o público está pronto — e ansioso — para vivenciar histórias conduzidas por mulheres que desafiam os limites dos mundos digitais.

Com franquias consagradas passando o bastão para novas protagonistas, o resultado é uma mistura poderosa de renovação e homenagem. Vamos explorar alguns exemplos marcantes dessa nova geração de protagonistas que redefinem o que significa estar no comando.


Ghost of Yotei: Atsu substitui Jin em uma jornada de vingança e redenção

Mulheres dominam as sequências de jogos em 2025 – Dropraro

Em Ghost of Yotei, a guerreira Atsu assume o papel principal e substitui Jin Sakai, de Ghost of Tsushima. Embora seus caminhos se cruzem espiritualmente, suas histórias são distintas — Atsu é movida por vingança, buscando confrontar os lendários Yotei 6. Sua jornada é mais sombria e introspectiva, levando o jogador por biomas congelados, batalhas brutais e dilemas morais profundos.

A ambientação nas montanhas nevadas e o foco em combates mais pessoais tornam Ghost of Yotei uma experiência de samurai emocional e visualmente deslumbrante. Atsu não é apenas uma sucessora espiritual, mas uma protagonista com voz própria. Sua força e vulnerabilidade mostram o quanto as narrativas femininas podem ser poderosas quando bem escritas.

Além disso, o jogo reforça o protagonismo feminino sem cair em clichês. Atsu não está lá para “representar”, mas para liderar — e isso a torna uma das personagens mais marcantes de 2025.


Hollow Knight: Silksong – Hornet assume o trono da realeza sombria

Mulheres dominam as sequências de jogos em 2025 – Dropraro

Hollow Knight: Silksong transformou a vilã do primeiro jogo, Hornet, em protagonista absoluta. A mudança foi arriscada, mas genial. Com movimentos mais ágeis, habilidades afiadas e uma personalidade mais falante que seu antecessor, The Knight, Hornet trouxe nova vida ao mundo sombrio de Hallownest.

A decisão de colocá-la no centro da história trouxe frescor à franquia e destacou a força de personagens femininas em narrativas silenciosas. Hornet não é uma heroína convencional — ela é rápida, mortal e repleta de camadas. Seu passado é misterioso, e cada confronto é uma dança entre graça e brutalidade.

O sucesso de Silksong mostra que os jogadores estão dispostos a acompanhar histórias novas, mesmo dentro de universos já estabelecidos. Hornet representa a evolução do protagonismo: ela não substitui, ela transcende.


Hades 2: Melinoe e o poder da mitologia feminina

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Hades 2 é o primeiro jogo da Supergiant a ter uma sequência direta — e a decisão de substituir Zagreus por Melinoe foi ousada. Filha de Hades, Melinoe busca vingança contra Cronos, o Titã que aprisionou e torturou sua família. Sua jornada mistura ação frenética, mitologia rica e camadas psicológicas profundas.

Enquanto Zagreus lutava por liberdade, Melinoe luta por justiça e redenção, explorando o Submundo e a superfície em busca de poder e respostas. A personagem é retratada como uma bruxa guerreira, mesclando combate físico e magia de forma fluida. Essa combinação a torna uma das protagonistas femininas mais marcantes dos últimos anos.

Com uma jogabilidade refinada e narrativa densa, Hades 2 mostra que o protagonismo feminino pode carregar não apenas uma história, mas toda uma mitologia — e ainda deixar os fãs ansiosos por mais.


The Last of Us Parte 2: Ellie assume o comando em um mundo devastado

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The Last of Us Part II é um marco narrativo. Após o sucesso do primeiro jogo, a Naughty Dog colocou Ellie no centro da trama, agora como uma jovem adulta moldada pela perda e pela violência. Joel, antes o protagonista, assume papel secundário, dando espaço para a jornada emocional e moralmente ambígua de Ellie.

A força de Part II está em sua coragem narrativa. Ellie não é apenas uma heroína — ela é uma personagem falha, impulsiva e profundamente humana. Através dela, o jogo questiona os limites da vingança e da empatia. A representação feminina aqui não é sobre idealização, mas sobre verdade emocional.

O impacto foi imenso: Ellie consolidou-se como um dos rostos mais reconhecidos da era moderna dos games, simbolizando uma nova geração de protagonistas femininas complexas e imperfeitas.


SteamWorld Dig 2 e Spelunky 2: heroínas em busca do passado

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Nem toda protagonista feminina precisa salvar o mundo — algumas apenas querem entender o passado. SteamWorld Dig 2 apresenta Dorothy, uma jovem robô que parte em busca de Rusty, o herói do primeiro jogo. Sua aventura é uma carta de amor aos jogos Metroidvania, com exploração, upgrades e muita personalidade.

Spelunky 2 coloca Ana no centro da ação. Filha do protagonista original, ela mergulha em masmorras lunares em busca dos pais desaparecidos. O jogo combina dificuldade elevada com charme retrô, e Ana é o símbolo perfeito de como o legado familiar pode ser reimaginado sob novas lentes.

Essas heroínas mostram que a mudança de protagonistas não é apenas simbólica, mas narrativa — elas ampliam o universo, renovam o ritmo e trazem novas emoções a franquias já queridas.


Axiom Verge 2 e Alan Wake 2: protagonistas femininas redefinindo gêneros

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Em Axiom Verge 2, a cientista Indra é transportada para um universo alternativo e enfrenta uma jornada de autoconhecimento enquanto explora biomas misteriosos. Diferente do primeiro jogo, que focava em tiroteios frenéticos, esta sequência privilegia exploração e narrativa, dando a Indra um papel mais investigativo e reflexivo.

Alan Wake 2 equilibra a história entre o autor atormentado e Saga Anderson, uma agente do FBI determinada e metódica. Sua presença domina boa parte da campanha e adiciona uma nova perspectiva ao terror psicológico da franquia. As seções jogáveis com Saga são mais envolventes e humanas, transformando-a na verdadeira protagonista espiritual do título.

Ambas as sequências mostram que o protagonismo feminino não se limita a gênero ou gênero de jogo — seja no terror, na ficção científica ou no suspense, as mulheres estão redefinindo as regras.


O que esperar daqui pra frente?

Se 2025 é o ano das protagonistas femininas, o futuro promete ainda mais diversidade e profundidade nas narrativas. Jogos como Perfect Dark Reboot, Metroid Prime 4 e possíveis sequências de Tomb Raider indicam que a indústria está finalmente reconhecendo o poder das mulheres no comando.

Mais do que uma tendência, essa é uma mudança estrutural. As protagonistas femininas estão conquistando o coração do público não apenas pela representatividade, mas pela qualidade das histórias que contam. A transição de heróis masculinos para heroínas não é substituição — é evolução.

Em um mercado em constante transformação, as mulheres nos games não são mais coadjuvantes: são líderes, guerreiras, exploradoras e criadoras de seus próprios destinos. E se o ritmo continuar assim, o futuro dos jogos será moldado, em grande parte, por elas.


As protagonistas femininas chegaram para ficar. Elas não são apenas símbolos de inclusão, mas o motor de uma nova fase criativa na indústria dos jogos. De Atsu em Ghost of Yotei a Melinoe em Hades 2, cada uma representa uma nova forma de contar histórias — mais pessoais, intensas e emocionalmente ricas.

A ascensão das protagonistas femininas também reflete uma transformação cultural. A indústria dos games, por muito tempo associada a um público predominantemente masculino, está se tornando cada vez mais inclusiva. Hoje, cerca de metade dos jogadores no mundo são mulheres — e ver essa representatividade refletida nos jogos cria um elo emocional mais autêntico com o público.

Essas heroínas não apenas inspiram, mas também humanizam o universo dos games. Ao contrário de personagens hipermasculinizados ou idealizados, as protagonistas femininas modernas são multifacetadas: vulneráveis, fortes, falhas e resilientes. Isso as torna mais próximas da realidade e, consequentemente, mais cativantes para qualquer jogador, independentemente de gênero.

Além disso, o sucesso comercial desses jogos prova que diversidade vende. Títulos liderados por mulheres estão alcançando notas altíssimas, vendas expressivas e uma recepção crítica positiva. Hades 2 e Ghost of Yotei são exemplos recentes dessa nova era dourada, em que qualidade e representatividade caminham lado a lado.


O protagonismo feminino também está moldando o design e a escrita dos jogos. Em vez de se apoiar apenas em jornadas de vingança ou redenção, muitos roteiristas estão explorando temas de empatia, superação e autodescoberta — áreas em que o olhar feminino oferece uma nova profundidade.

Por exemplo, Ellie em The Last of Us Part II é um estudo sobre trauma e perda, enquanto Melinoe em Hades 2 representa a busca pelo equilíbrio entre poder e humanidade. Já Atsu em Ghost of Yotei reflete o custo da vingança e o fardo da honra. Essas camadas narrativas tornam os jogos mais envolventes e emocionalmente densos.

Além disso, a presença de protagonistas femininas inspira equipes de desenvolvimento mais diversas. Com mais roteiristas, artistas e diretoras mulheres participando da criação, o resultado são universos mais autênticos e histórias que ressoam de forma mais ampla com o público global.


Franquias que podem seguir esse caminho

Com o sucesso das protagonistas femininas em títulos recentes, é natural imaginar quais franquias podem adotar esse caminho no futuro. É possível que vejamos um novo God of War estrelado por Angrboda, a jovem gigante apresentada em Ragnarök, ou até mesmo uma sequência de Red Dead Redemption com Sadie Adler no comando.

Franquias como Assassin’s Creed e Resident Evil já exploraram esse equilíbrio, alternando entre protagonistas masculinos e femininos, e obtendo grande sucesso. O público demonstrou claramente que está aberto — e empolgado — com novas perspectivas narrativas.

Essa evolução é também uma oportunidade de ouro para renovar marcas antigas. Assim como Hollow Knight: Silksong reinventou seu universo com Hornet, outras séries podem usar protagonistas femininas para rejuvenescer suas histórias e atrair novas gerações de jogadores.


A ascensão de protagonistas femininas nos jogos é mais do que uma tendência de mercado — é um reflexo do crescimento artístico do meio. Os games, hoje, competem com o cinema e a literatura em termos de narrativa, e as personagens femininas têm contribuído fortemente para isso.

Essas heroínas representam diferentes faces da experiência humana: dor, coragem, vulnerabilidade e esperança. Elas provam que o gênero de um protagonista é irrelevante diante de uma boa história — o que realmente importa é a profundidade da jornada.

Além disso, para jogadoras mais jovens, essas personagens funcionam como modelos inspiradores, mostrando que elas também podem ser as heroínas de suas próprias histórias. Esse impacto social e psicológico é uma das maiores conquistas da indústria moderna dos games.


Com cada novo lançamento, a indústria dá mais um passo em direção a uma era onde a representatividade é natural, e não uma exceção. As protagonistas femininas não estão apenas “substituindo” personagens masculinos — estão criando um novo padrão de excelência narrativa.

Títulos futuros prometem continuar essa tendência, trazendo protagonistas que equilibram força e sensibilidade, ação e reflexão. Se Ghost of Yotei, Silksong e Hades 2 são o presente, o futuro reserva uma geração ainda mais rica de heroínas prontas para inspirar e desafiar jogadores.

As mulheres não estão apenas assumindo o comando dos jogos — estão redefinindo o que significa ser um herói. E, se depender dessa nova leva de protagonistas, o futuro dos games será mais emocionante, inclusivo e inesquecível do que nunca.

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