Fumito Ueda diz que era de inovar jogabilidade já passou

Fumito Ueda, criador de ICO e Shadow of the Colossus, afirma que o foco da indústria não é mais criar mecânicas inovadoras, mas aperfeiçoar as existentes.

[resumo]Fumito Ueda acredita que a era de criar novas mecânicas de jogabilidade passou e que o foco atual deve ser em aprimorar sistemas já existentes, investindo mais em arte, atmosfera e narrativa.


Fumito Ueda, uma das mentes mais criativas da indústria de jogos, acredita que estamos vivendo um novo momento no desenvolvimento de videogames. Conhecido por obras-primas como ICO e Shadow of the Colossus, o designer japonês compartilhou sua visão durante uma conversa sobre o jogo To a T, de Keita Takahashi. Para Ueda, o encanto da indústria não está mais em reinventar a jogabilidade, mas em refinar o que já conhecemos.

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Segundo Ueda, ele chegou a ligar pessoalmente para Takahashi assim que To a T foi anunciado. A sua curiosidade era clara: queria saber se o jogo trazia mecânicas novas ou complexas. Quando Takahashi respondeu que não, Ueda considerou isso “muito bom” — uma reação que, segundo ele, refletiu uma percepção de que a era das novas mecânicas de jogabilidade já passou.


Contexto da notícia

O criador de ICO explicou que hoje, ao invés de apostar em inovações mirabolantes de gameplay ou em novos dispositivos, os jogos tendem a focar em aprimorar sistemas que já funcionam. Para ele, isso não significa estagnação criativa, mas um caminho para explorar melhor a atmosfera, o estilo artístico e a narrativa dos jogos.

“Ainda que não se apresentem novas mecânicas, é possível levar um jogo adiante apostando em uma direção artística forte ou em um clima envolvente”, comentou. Ueda também destacou que trabalhar na definição e no polimento de mecânicas já existentes pode gerar resultados muito mais impactantes do que tentar reinventar a roda a cada novo projeto.


Esse pensamento reflete uma mudança que muitos já observam na indústria dos games. Em vez de procurar sempre uma jogabilidade inédita, muitos estúdios preferem investir em experiências narrativas profundas, visuais diferenciados e ambientações únicas. To a T parece seguir exatamente esse caminho, sendo elogiado pelo próprio Ueda por apostar mais na história e na estética do que em sistemas inovadores.


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Para Ueda, a evolução natural da indústria está em lapidar aquilo que já funciona. O game designer reforçou que prefere ver jogos que aprimorem mecânicas conhecidas, entregando algo consistente e bem polido, a projetos que tentam inovar a qualquer custo — e acabam falhando em oferecer uma boa experiência ao jogador. Esse foco em qualidade e identidade artística, segundo ele, é o que torna um jogo memorável.


A fala de Fumito Ueda reflete o pensamento de muitos criadores e fãs que valorizam experiências bem construídas, mesmo sem inovações radicais. O sucesso de jogos focados em narrativa e atmosfera, como Stray, Journey ou Inside, reforça essa tendência. A aposta não está mais em mecânicas novas, mas no aperfeiçoamento de tudo o que já conquistou os jogadores — uma abordagem que, segundo Ueda, pode resultar em obras ainda mais memoráveis.


Conclusão

Fumito Ueda deixa claro: não estamos mais na era de complicar a jogabilidade. O futuro dos jogos parece apontar para experiências refinadas, com atenção especial à arte, à narrativa e à profundidade emocional. Assim, títulos como To a T mostram que o caminho pode ser menos sobre criar o novo e mais sobre aperfeiçoar o que realmente importa.

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