O Deus Cego: Por Que em Elden Ring o Olho Sempre Enxerga Só Sua Verdade?

Em Elden Ring, o olho simboliza o poder divino e a visão exclusiva de cada deus. Marika e Miquella representam a cegueira ideológica, impondo suas crenças únicas e sufocando a diversidade espiritual no mundo do jogo.


Elden Ring não é apenas um jogo de fantasia e exploração; é uma profunda narrativa sobre poder, crença e a forma como a visão limitada dos deuses molda o mundo. Um símbolo que aparece constantemente é o olho, uma metáfora para a “visão” que cada deus detém — mas que não é tão clara assim. A Marika, rainha da Ordem Dourada, e o Miquella, seu irmão, demonstram essa cegueira ao impor suas próprias verdades ideológicas, sufocando toda diversidade espiritual e cultural sob suas ordens. Mas por que essa obsessão pelo “olho” e o controle da fé?

r/Eldenring - Por que é sempre um olho..?

A resposta está na dinâmica de poder: após alcançar a condição divina, os personagens em Elden Ring tornam-se cegos para qualquer crença que desafie sua própria visão do mundo. Marika reprimiu todas as outras religiões para manter a Ordem Dourada absoluta, enquanto Miquella buscava uma “Era da Compaixão” que, apesar de benevolente, era igualmente autoritária e exclusivista. Essa imposição revela como o poder absoluto pode criar um ciclo vicioso, onde a verdade deixa de ser plural e vira uma única narrativa dominante.

Este conflito religioso e ideológico não apenas dá profundidade à história, mas também nos leva a refletir sobre o real significado de fé e diversidade. O “olho” — símbolo onipresente — representa a vigilância, a verdade seletiva e a cegueira voluntária que acompanha quem assume o poder. Ao limitar a visão para sua própria ideologia, essas divindades criam um mundo onde a liberdade espiritual é sufocada, e o conflito se torna inevitável.

r/Eldenring - Por que é sempre um olho..?

Além disso, a luta entre Marika e Miquella revela que, mesmo com intenções diferentes, o autoritarismo pode se manifestar tanto pela imposição da ordem quanto pela imposição da compaixão. Ambos, na prática, limitam as vozes e crenças alheias, criando uma sociedade rígida que não aceita a coexistência de múltiplas perspectivas religiosas. Elden Ring, portanto, usa esses personagens para criticar como o poder absoluto corrompe e limita a diversidade.

Mas será que há espaço para esperança? Entre as sombras desse controle divino, existem personagens e facções que tentam resistir à cegueira imposta pela Ordem Dourada e pelo domínio de Miquella. Eles representam a busca por um mundo mais plural e tolerante, onde múltiplas verdades possam coexistir sem que uma seja imposta sobre as outras. Essa luta pela liberdade espiritual adiciona uma camada extra de complexidade e engajamento para quem joga e acompanha a história.

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O que esperar daqui pra frente?

À medida que a história de Elden Ring avança, o jogador é desafiado a questionar essas visões absolutistas e a entender as consequências do fanatismo religioso, seja ele tirânico ou “benevolente”. Novos personagens e eventos deverão explorar ainda mais essa temática, destacando que a verdadeira sabedoria talvez esteja em aceitar a diversidade e o diálogo entre crenças, não em impor uma única verdade.

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