A Electronic Arts tem grandes ambições para Battlefield 6, novo título da sua consagrada franquia de tiro em primeira pessoa. Segundo informações reveladas por fontes ao site Ars Technica, a EA acredita que o jogo tem potencial para atingir 100 milhões de jogadores — uma meta ambiciosa que colocaria a franquia entre as maiores da indústria, ao lado de nomes como Fortnite e Call of Duty: Warzone.
No entanto, apesar da confiança demonstrada pela liderança da EA, o desenvolvimento do jogo parece estar enfrentando diversos obstáculos. De sistemas principais indefinidos à campanha atrasada, Battlefield 6 pode estar longe de estar pronto para entregar tudo o que promete. Neste artigo, vamos explorar em profundidade o cenário atual do jogo, suas ambições e os desafios reais que podem impedir esse “sonho de 100 milhões”.
EA acredita no potencial de Battlefield 6 para 100 milhões de jogadores
Segundo fontes internas ouvidas pelo Ars Technica, a liderança da EA está tratando Battlefield 6 como um projeto prioritário e ambicioso. Com um orçamento que já ultrapassou os US$ 400 milhões, o jogo está sendo tratado como uma das maiores apostas da história recente da empresa.

A estratégia da EA para alcançar esse número impressionante de jogadores parece estar centrada em dois pilares: lançamento multiplataforma e um modo Battle Royale gratuito. A ideia é atrair não apenas os fãs tradicionais da franquia, mas também o público casual que consome esse tipo de jogo com alta frequência, como é o caso de Apex Legends, Fortnite e Warzone.
No entanto, a própria comparação com esses gigantes pode ser um indicativo de como essa meta pode estar desconectada da realidade atual da franquia Battlefield.
O desafio da marca Battlefield: histórico recente não ajuda
A franquia Battlefield já teve seus momentos de glória, mas os últimos anos não foram exatamente generosos com ela. Lançado em 2021, Battlefield 2042 sofreu uma recepção morna, com críticas voltadas à instabilidade dos servidores, bugs, falta de conteúdo e decisões questionáveis de design.

Mesmo com atualizações e esforços posteriores para melhorar a experiência, o jogo não conseguiu conquistar o público em massa, atingindo apenas 22 milhões de jogadores no período mais ativo de sua vida útil. Esse número está muito distante dos 100 milhões esperados agora para Battlefield 6.
Mesmo nos tempos áureos, nenhum jogo da série chegou perto dessa marca. Títulos como Battlefield 1 e Battlefield 3, ambos amplamente elogiados, alcançaram algo entre 25 a 30 milhões de jogadores. Isso reforça o argumento de muitos funcionários da própria EA e DICE de que a meta atual é irrealista.
Orçamento de mais de US$ 400 milhões — mas sem sistema definido
Apesar dos grandes números em jogo, o desenvolvimento de Battlefield 6 parece estar passando por turbulências. Fontes indicam que vários dos sistemas principais ainda não foram definidos — um alerta vermelho para qualquer jogo com lançamento iminente.

Além disso, a campanha single-player, que poderia ser uma das apostas para diferenciar o jogo dos concorrentes focados apenas no multiplayer, ainda está em estágio inicial de desenvolvimento. Isso levanta dúvidas não apenas sobre a data de lançamento, mas também sobre a coerência da visão do projeto como um todo.
A gestão do projeto está sendo liderada por Vince Zampella, responsável por grandes sucessos como Titanfall, Apex Legends e Call of Duty: Modern Warfare (2007). Mesmo com esse currículo respeitável, o desafio é monumental — e o tempo parece estar contra a equipe.
A aposta no Battle Royale gratuito: tiro certo ou risco elevado?
Um dos principais trunfos da EA para alcançar os 100 milhões de jogadores é o modo Battle Royale gratuito, que deve ser disponibilizado de forma independente do jogo base. A ideia é repetir o sucesso de Warzone, que impulsionou a franquia Call of Duty para patamares históricos.

No entanto, o mercado de Battle Royales em 2025 é extremamente competitivo e saturado. Títulos como Fortnite, Warzone, Apex Legends, PUBG e até mesmo novidades como The Finals disputam diariamente a atenção de milhões de jogadores. Para que o novo modo de Battlefield consiga se destacar, será necessário mais do que um gameplay sólido — será preciso inovação, marketing agressivo e, acima de tudo, conteúdo constante e bem planejado.
Conquistar esse público será uma batalha difícil. E, segundo fontes internas da EA e DICE, nem todos na equipe acreditam que isso seja possível.
DICE e a percepção interna: metas descoladas da realidade?
Dentro da própria DICE, estúdio responsável por Battlefield, há uma percepção de que a expectativa de 100 milhões de jogadores é exagerada. Desenvolvedores anônimos relataram ao Ars Technica que as metas da liderança estão “fora de sintonia” com a realidade atual da franquia.

O cenário interno é de pressão, incerteza e uma corrida contra o tempo. Embora existam talentos envolvidos no projeto e o nome da franquia ainda carregue peso, reconstruir a confiança do público exige mais do que promessas ambiciosas. Exige entrega, estabilidade e qualidade — três pontos onde Battlefield 2042 falhou.
A importância de uma revelação impactante
Até o momento, Battlefield 6 ainda não foi revelado oficialmente. Para um projeto desse porte, o atraso em apresentar uma amostra concreta ao público pode ser preocupante. O marketing precisará ser cirúrgico, com trailers que impressionem visualmente, mostrem elementos de jogabilidade inovadores e tragam uma mensagem clara sobre o diferencial do jogo.

Além disso, a EA deve lidar com o ceticismo acumulado nos últimos anos. Para reconquistar a comunidade gamer, será preciso mais do que hype — será necessário entregar um produto final coeso e funcional desde o primeiro dia.
100 milhões é possível? Apenas com alinhamento entre promessa e entrega
Para atingir a marca de 100 milhões de jogadores, Battlefield 6 precisa se posicionar como um produto revolucionário — ou pelo menos como um retorno triunfal à forma para a série. O Battle Royale gratuito pode ser um excelente canal de aquisição, mas apenas se estiver pronto para competir com os melhores do mercado.

Se a campanha single-player for bem executada, com narrativa envolvente e momentos marcantes, poderá atrair jogadores que sentem falta de experiências cinematográficas em jogos de tiro. O modo multiplayer tradicional também terá que ser robusto, com mapas icônicos, mecânicas bem refinadas e servidores estáveis.
Considerações finais: um projeto com grande potencial, mas muitos riscos
A EA está claramente apostando alto com Battlefield 6. O orçamento astronômico, a liderança experiente de Vince Zampella e a ideia de um Battle Royale gratuito indicam que a empresa quer competir no topo da indústria.
Contudo, os relatos sobre os problemas de desenvolvimento e as expectativas possivelmente infladas sugerem que há um longo caminho a ser percorrido até que o jogo esteja pronto para cumprir o que promete.
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A resposta do mercado dependerá da qualidade final do jogo, da forma como ele será lançado e da habilidade da EA em aprender com os erros do passado. Se tudo der certo, Battlefield 6 pode sim ser um dos maiores shooters da década. Se não, o projeto corre o risco de se tornar mais um exemplo de ambição desenfreada que não se traduziu em sucesso real.
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Fonte: PC Gamer, Ars Technica