Um fim anunciado: Capcom desliga Resident Evil Re:Verse
A Capcom encerrou oficialmente os servidores de Resident Evil Re:Verse, marcando o fim de um experimento multiplayer que nunca conseguiu se firmar entre os fãs da franquia. Lançado em 2022 como parte das comemorações de 25 anos de Resident Evil, o título chegou como um bônus gratuito para quem adquiriu Resident Evil Village — mas, desde o início, sofreu com baixa adesão, críticas duras e suporte limitado.
Mesmo com personagens icônicos da série, o jogo não conseguiu atrair nem mesmo os fãs mais fiéis. Agora, com os servidores desligados, a Capcom volta suas atenções para novos projetos como Resident Evil Requiem, previsto para 2026.
Um começo difícil para o multiplayer
Resident Evil Re:Verse surgiu com uma proposta diferente: colocar sobreviventes e criaturas em confronto direto dentro de arenas recheadas de ação. A ideia parecia promissora, especialmente para quem sonhava com um multiplayer competitivo envolvendo nomes como Jill Valentine, Chris Redfield e Nemesis.
Contudo, logo após o lançamento, os problemas começaram a aparecer. Além da jogabilidade considerada repetitiva e gráficos abaixo do esperado, a experiência sofreu com servidores instáveis e um sistema de monetização pouco atraente.
Dados preocupantes desde o início
Segundo o Steam Charts, o jogo teve um pico de 2.080 jogadores simultâneos em seu primeiro mês. Mas esse número despencou rapidamente para 329 em novembro de 2022. Em dezembro, já tinha menos de 100 jogadores ativos por dia, com quedas constantes ao longo de 2023 e 2024.
Últimos dias e despedida silenciosa
Apesar do anúncio oficial de encerramento feito ainda em fevereiro de 2025, os últimos dias de Re:Verse não foram marcados por comoção. Houve, sim, um pico de 264% no número de acessos durante as últimas 24 horas de vida do jogo, mas isso representou apenas 86 jogadores simultâneos — muitos dos quais sequer entraram em partida, ficando apenas na tela inicial.
A Capcom publicou uma nota agradecendo aos jogadores:
“Resident Evil Re:Verse foi desenvolvido para celebrar o 25º aniversário da série e o apoio superou nossas expectativas desde o lançamento.”
No entanto, o discurso de encerramento pareceu mais uma formalidade do que um reflexo do verdadeiro impacto do jogo.
O que deu errado?
1. Falta de conteúdo e suporte
Re:Verse foi lançado sem prometer muito — e ainda assim entregou menos do que se esperava. As atualizações foram escassas e os modos de jogo não receberam novidades relevantes.
2. Modelo de monetização impopular
Mesmo sendo um bônus gratuito, o jogo tentou implementar microtransações que foram mal recebidas pela comunidade.
3. Problemas técnicos e matchmaking
Jogadores enfrentaram dificuldades para encontrar partidas, além de bugs e travamentos frequentes, o que afastou ainda mais a base de usuários.
A Capcom mira o futuro: Resident Evil Requiem
Com o fim de Re:Verse, a Capcom agora concentra seus esforços no aguardado Resident Evil Requiem, que tem lançamento previsto para fevereiro de 2026. O jogo promete um retorno às origens do terror psicológico, com uma nova protagonista — Grace Ashcroft, agente do FBI — e ambientação sombria em um hotel abandonado conectado a eventos de Resident Evil 2.
A nova aposta está sendo desenvolvida com foco narrativo e jogabilidade imersiva, com suporte tanto para primeira quanto para terceira pessoa. A engine gráfica promete ser a RE Engine otimizada, mas com muitos elementos que fãs têm comparado ao que se espera de projetos na Unreal Engine 5, como iluminação dinâmica e ambientes altamente destrutíveis.
Mais de 1 milhão de jogadores já adicionaram o título à lista de desejos da Steam, o que demonstra uma expectativa significativamente maior do que aquela vista no lançamento de Re:Verse.
O legado de Re:Verse e o aprendizado da Capcom
Apesar do fracasso comercial e de crítica, Resident Evil Re:Verse serve como um exemplo claro dos riscos de tentar adaptar franquias clássicas ao modelo multiplayer competitivo. O jogo falhou, mas a Capcom parece ter compreendido os motivos — e agora foca no que realmente funciona com seu público: experiências intensas para um jogador, com narrativas envolventes e atmosferas assustadoras.
Conclusão: o fim de uma era… e o começo de outra
O encerramento de Resident Evil Re:Verse pode parecer apenas mais um fracasso no mundo dos jogos online, mas representa algo maior: um acerto de rumo para a Capcom. A empresa entende que, para uma franquia como Resident Evil, nem toda celebração precisa ser interativa ou online.
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Com Resident Evil Requiem no horizonte e promessas de novos títulos principais, a Capcom parece pronta para deixar os erros para trás e entregar o que os jogadores realmente querem: jogos com alma, suspense e histórias que prendem do início ao fim.
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fonte Insider Gaming